Alexandre Santos 
A vereadora de Olinda, Eugênia Lima (PT), oficializou seu afastamento político do grupo da senadora Teresa Leitão e do coletivo PT Militante. Apesar de permanecer filiada ao partido, a parlamentar decidiu seguir um novo caminho e já se coloca como pré-candidata a deputada estadual em 2026.
O rompimento trouxe consequências imediatas em seu gabinete. Três assessores ligados ao grupo de Teresa Leitão pediram exoneração de seus cargos, sinalizando a insatisfação com a movimentação.
Para aliados da senadora, Eugênia agiu de forma precipitada ao anunciar seu projeto eleitoral, já que o campo político ligado à parlamentar teria definido outras candidaturas estratégicas: Ivete Caetano para deputada estadual e Liana Cirne para deputada federal. A leitura é de que Eugênia ignorou o esforço do coletivo que a apoiou nas eleições de 2024, quando ela saltou de menos de três mil votos obtidos em pleitos anteriores para mais de sete mil, tornando-se a segunda vereadora mais votada da cidade e a primeira mulher no ranking.
Integrantes do grupo lembram que esse crescimento eleitoral se deu graças ao investimento político, mobilização de bases e articulações conduzidas pela senadora Teresa Leitão e seus aliados.
Já a vereadora afirma que, ao contrário, foi o grupo que se afastou dela. Segundo Eugênia, suas propostas eram constantemente desconsideradas, sua participação em reuniões era limitada e havia uma tentativa de “impor candidaturas de cima para baixo”, sem abertura para debate.
Para a parlamentar, seu projeto eleitoral nasce da necessidade de fortalecer Olinda e o campo progressista na Assembleia Legislativa, rompendo com práticas que considera centralizadoras.
Com o distanciamento do coletivo PT Militante, Eugênia Lima deve se aproximar do senador Humberto Costa (PT), figura de peso dentro do partido no estado. A estratégia é reforçar sua base e pavimentar o caminho para disputar uma cadeira na Alepe em 2026.
O movimento marca um novo capítulo na trajetória da vereadora, que tenta consolidar espaço próprio dentro do PT e no cenário político estadual, mesmo em meio às críticas e à perda de parte de sua equipe.
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