A vereadora de Olinda Eugênia Lima (PT) visitou hoje, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) no plenário 5 da Câmara dos Deputados, onde o parlamentar permanece há cinco dias em greve de fome. Glauber está ingerindo apenas água e isotônicos como forma de protesto contra o processo de cassação de seu mandato, aprovado pelo Conselho de Ética da Casa. A decisão ainda será submetida ao plenário, que dará a palavra final.
O motivo da punição remonta a abril de 2024, quando Glauber se envolveu em uma confusão com Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), dentro da Câmara. Na ocasião, o deputado foi acusado de empurrar e expulsar Costenaro do prédio com chutes e empurrões, em um episódio que se estendeu até a área externa do Congresso.
Durante a visita, Eugênia fez questão de demonstrar apoio e criticou o processo que classifica como uma tentativa de silenciar vozes críticas no Parlamento. “Hoje eu estive com o Deputado Glauber Braga para prestar meu apoio e solidariedade ao companheiro. Glauber está há cinco dias fazendo greve de fome dentro do Congresso, tomando apenas água e isotônicos. Devido ao jejum sua imunidade está baixa e foi preciso usar máscara para não comprometer a sua saúde”, disse a vereadora.
Ela também denunciou o que considera uma perseguição política articulada por setores conservadores da Casa. “A greve de Glauber é um ato radical para denunciar uma perseguição que tenta cassar o seu mandato e calar uma luta que, no fim, deveria ser de todos aqueles que defendem a democracia, a transparência e a participação popular na política.”
Segundo Eugênia, a cassação é uma resposta às denúncias feitas por Glauber contra o orçamento secreto. “A verdade é que setores do Centrão, aliados à extrema-direita, se articularam para tentar silenciar um deputado pelas denúncias incisivas que ele fez. A mesma comissão que fecha os olhos para tantos escândalos, se agita para cassar justamente quem incomoda. Hoje é Glauber, amanhã pode ser qualquer um de nós que ouse falar.”
Ao anunciar sua greve, Glauber declarou: “A partir do dia de hoje, vou permanecer neste Plenário. Quem quiser chamar de greve pode chamar. Vou dar início a uma ação de não rendição ao orçamento secreto.”
A vereadora finalizou sua fala com um chamado à mobilização: “Glauber fica! Porque sua luta, no fundo, não é só sua. É de todos nós que ainda acreditamos que a política pode ser diferente.”