Alexandre Santos 
Durante sessão na Câmara Municipal de Olinda, o vereador Márcio Barbosa fez um pronunciamento contundente cobrando providências do governo federal em relação à prova de vida dos beneficiários do INSS. Segundo o parlamentar, ele tem recebido diversas denúncias de aposentados que estão há mais de cinco meses sem receber seus benefícios devido a entraves no novo modelo de comprovação de vida.
De acordo com Márcio, um decreto do governo federal transferiu a responsabilidade da prova de vida para os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), mas muitos municípios, inclusive o Recife, não têm estrutura para cumprir essa tarefa e chegaram a declinar formalmente da atribuição.
“Estão jogando uma responsabilidade enorme para os CRAS, que não foram preparados para isso. O resultado é que os idosos, que mais precisam, estão sendo penalizados. Isso é desumano”, declarou o vereador, visivelmente indignado.
O discurso de Márcio foi aparteado pelos vereadores Saulo e Eugênia. Saulo relatou que também tem sido procurado por cidadãos afetados. “Eu também estou passando por esse mesmo problema. Atendo as pessoas que chegam com essa situação de não estar recebendo suas aposentadorias”, afirmou.
Por sua vez, a vereadora Eugênia argumentou que o governo federal tem repassado recursos para os CRAS de Olinda. No entanto, Márcio contra-argumentou duramente: “Não adianta mandar recurso se não há estrutura ou orientação técnica. O que precisa ser feito é devolver a responsabilidade aos bancos e ao próprio INSS. A prova de vida tem que ser simples, não um sofrimento.”
Márcio ainda criticou a postura da colega parlamentar. “A vereadora Eugênia precisa parar de defender desenfreadamente o governo federal. Ela deveria defender o povo que está sofrendo.” Em tom mais inflamado, encerrou sua fala dizendo que sente falta do governo Bolsonaro: “Naquele tempo não era assim, não havia tanta dificuldade para o povo ter acesso às políticas públicas.”
A fala do vereador gerou repercussão entre os presentes e acendeu o debate sobre a real efetividade da atual política de comprovação de vida dos beneficiários da Previdência.
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